A falta de delegados é um grave problema para a segurança das cidades, levando os profissionais da área ao acúmulo de funções.
A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol-BR) apontou, na pesquisa “Estudo de Carência de Delegados de Polícia no Brasil”, um déficit de 4.700 delegados, considerando os 19 estados do país que responderam à pesquisa enviada, o que corresponde a 34% do total de vagas que estão desocupadas atualmente.
Em muitos estados já há uma busca pela realização de concurso público para reduzir esse índice alarmante. No Paraná, 3º colocado no ranking (47,4%), o último concurso foi realizado em 2020, pelo Núcleo de Concursos da UFPR. No resultado final, classificou-se 376 dos 34.884 candidatos.
Era esperada a contratação de 50 delegados, mas em junho de 2022, o Governador Ratinho Junior fez um comunicado oficial informando que seriam 150 delegados convocados. “Esse reforço vai refletir na redução da violência, como o que já tem ocorrido, com a queda nos casos de latrocínio, homicídio e roubos de carro na última década”, afirmou na ocasião.
No mesmo evento, o Delegado Geral da Polícia Civil do Paraná Silvio Rockembach anunciou que, com essa contratação, seriam preenchidas todas as 38 comarcas do Estado que ainda estavam sem delegados. Complementou dizendo que seriam colocadas em funcionamento várias Delegacias da Mulher, as quais não tinham saído do papel por falta de efetivo. “Também vamos estruturar a Região Metropolitana de Curitiba e reforçar todas as unidades de regiões com altos índices de criminalidade. Vai ser uma nova Polícia Civil”, ressaltou Rockembach.
Os novos delegados passaram pelo treinamento oficial da Escola Superior da Policia Civil de agosto a dezembro de 2022, passando a reforçar a segurança dos paranaenses já neste ano de 2023. Com esse efetivo, o Paraná teve um momento histórico: todas as 161 comarcas agora contam com delegados de polícia de carreira.
“Este é um momento de extrema importância para os delegados de nosso Estado e principalmente para a sociedade. A falta de delegados reduz a qualidade do trabalho da polícia. Os profissionais acabam por atender mais de uma região. Há um maior tempo para o andamento de um inquérito, dificultando, e muito, a resolução dos crimes. Agora estamos recebendo este novo grupo de delegados e, em nome do sindicato e de todos os colegas, damos a todos boas-vindas.“
